O julgamento de Adriana Ferreira de Almeida, viúva do milionário René Senna, ganhador de um prêmio da Mega-Sena que foi assassinado em 2007, e de outros três acusados de envolvimento no crime foi adiado para 28 de novembro. O júri seria nesta terça-feira, mas a juíza Roberta dos Santos Braga Costa, da 2ª Vara de Rio Bonito, no interior do Rio de Janeiro, aceitou o pedido do advogado de Adriana, Jackson Costa, para a mudança da data. Em decorrência de um AVC, ele terá que ficar 40 dias de repouso.Além de Adriana, serão julgados a professora de educação física Janaína Silva de Oliveira, melhor amiga da viúva, o sargento da Polícia Militar Ronaldo Amaral de Oliveira e o cabo da PM Marco Antônio Vicente. Em 2009, o ex-policial militar Anderson Silva de Sousa, marido de Janaína, e o funcionário público Ednei Gonçalves Pereira foram condenados pelo Tribunal do Júri de Rio Bonito a 18 anos de reclusão, cada um, pelo assassinato de René Senna e pelo crime de furto qualificado.
De acordo com o Ministério Público do Rio, Anderson Sousa foi o autor dos quatro tiros que mataram o milionário. Depois do crime, ele fugiu em uma motocicleta dirigida por Ednei Gonçalves. O MP afirma que Adriana foi a mandante do crime e teve a ajuda dos outros suspeitos para efetivar o plano.
Relacionamento - Adriana e Senna se conheceram em 2005. Ela era amiga de uma sobrinha do ex-lavrador e eles tinham se visto poucas vezes até o dia 23 de dezembro. Segundo relato dado em 2007 a VEJA pela sobrinha da vítima, Adriana via TV na casa da amiga e pulou do sofá quando o milionário chegou. "Oi, Renê, soube que você ganhou uma grana. Não está precisando de uma empregada, não?", disse a acusada, na época. Senna, que sempre havia demonstrado interesse por Adriana, foi direto: "Não. Estou precisando de uma mulher". A partir daquele dia, o casal se aproximou. "Eu falei que a Drica não prestava, mas ele insistiu", conta a sobrinha. No réveillon daquele ano, Adriana chegou à festa na casa do milionário já com as malas prontas para ficar.
Os dois ficaram juntos por um ano e três dias. No dia 4 de janeiro de 2007, ao fim de uma briga, Senna expulsou Adriana da fazenda onde o casal estava morando havia seis meses. No dia 7, o milionário foi assassinado com quatro tiros. Renée Senna vivia da caridade dos irmãos desde 2003, quando o diabetes o obrigou a amputar as duas pernas. Um ano antes, a mulher com quem havia sido casado por vinte anos o deixara. Desde então, quando não estava bebendo em algum bar, ele vendia flores na BR-101.
Até os 26 anos, Adriana vivia com o primeiro marido e três filhos na região rural de São Gonçalo, vizinha a Rio Bonito. O casal plantava mandioca para vender na feira. Um dia, depois de uma briga com o marido, saiu de casa, entregou os filhos para uma irmã e foi morar em Rio Bonito, cidade do marido.
Dinheiro - A união da ex-cabeleireira com o milionário mudou a vida dos dois. Dona de uma conta conjunta com Senna, Adriana matriculou-se na melhor academia de ginástica da região e fez, além de lipoaspiração, cirurgias no nariz, para eliminar varizes e tirar três verrugas do rosto. Também colocou apliques para que o cabelo, tingido de loiro, chegasse à cintura, fez "preenchimento" de lábios e pôs aparelho nos dentes. O casal vivia em uma fazenda avaliada em 9 milhões de reais que abrigava 1.000 cabeças de gado.
À mulher, o milionário deu de presente quatro carros: uma picape S10, um Citroën C3, um Astra e um Audi blindado. Ele fazia todas as exigências da mulher, inclusive quando ela lhe pediu para afastar os parentes, demitir um contador que administrava os seus bens e substituir seus seis seguranças por pessoas de sua confiança. Pouco depois, o milionário descobriu que um deles, o ex-PM Anderson Souza, havia sido expulso da PM por suspeita de envolvimento em crimes e o demitiu, assim como outros três seguranças. O ex-policial, furioso, prometeu ao patrão que voltaria para matá-lo.
Motivos - Segundo amigos do casal, Adriana e Senna brigavam muito. A última discussão foi no dia 4 de janeiro daquele ano. O milionário soube, por intermédio de parentes, que Adriana tinha um amante e avisou que iria deserdá-la. O testamento deixado por Senna destinava metade dos bens para a mulher e a outra metade para a filha dele, que tinha 25 anos na época. O documento havia sido modificado sem o conhecimento da família, dois meses antes. na versão anterior, a quantida que seria de Adriana ficaria com os irmãos e o sobrinho da vítima.
Um dos seguranças do milionário relatou que no dia da briga René Senna prometeu que não queria mais ver a mulher, mas eles reataram o relacionamento no dia seguinte. Dois dias depois, quando bebia cerveja em um bar, ele foi morto com quatro tiros na cabeça por homens de moto que usavam roupas escuras e capacete. De acordo com os investigadores, Adriana ligou de um telefone público para o segurança Anderson Sousa, às vésperas da prisão do ex-PM.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/adiado-julgamento-de-mulher-do-milionario-da-mega-sena
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