A maioria destas companhias é, segundo a PF, de fachada e está em nome de "laranjas" para simular operações de compra e venda para facilitar a sonegação de tributos da empresa Sasil Distribuidora de Produtos Químicos Ltda., apontada como "carro-chefe" do esquema.
A Folha entrou em contato com o grupo Sasil na tarde desta quarta, mas não localizou alguém para comentar as suspeitas e a operação da PF.
ILHA E BARRAS DE OURO
A operação investiga crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha cometidos por empresas em 17 Estados brasileiros e no Distrito Federal.
A Justiça decretou 31 mandados de prisão temporária, 129 de busca e apreensão, 163 de condução coercitiva e 195 sequestros de bens contra pessoas jurídicas e 62 de pessoas físicas.
Segundo o último balanço, a Polícia Federal prendeu 18 pessoas e deteve 42 para prestar depoimento, mas nenhum nome foi divulgado até agora. A maior parte das empresas é do setor químico.
Um dos bens sequestrados é uma ilha de 20 mil metros quadrados pertencente supostamente aos irmãos Cavalcanti, na Baía de Todos os Santos. Na ilha foram apreendidos um cofre, ainda não aberto pelas autoridades, e artigos de luxo, como jet-skis.
Nas buscas em casas e empresas dos suspeitos os policiais encontraram barras de ouro.
Uma empresa que tinha como "sócios" um pedreiro e um motorista movimentou R$ 32 milhões entre 1996 e 2009, de acordo com o inquérito da operação Alquimia.
Segundo o inquérito, a Zwrox Distribuidora de Produtos Químicos Ltda chamou a atenção do fisco por causa da movimentação financeira incompatível com o capital de R$ 50 mil.
Depois, os primeiros "laranjas" foram substituídos no quadro acionário da empresa por companhias sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe.
Na prática, segundo a PF, elas eram comandadas por procuradores e contadores ligados ao esquema.
A operação não é da PF, é da Receita. A PF ajudou na hora de prender os responsáveis.
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