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domingo, 10 de julho de 2011

Um governo em busca de autonomia

Desta vez foram apenas quatro dias entre a denúncia do escândalo e a demissão do ministro – não mais um mês inteiro. E o demitido foi, de novo, um nome diretamente ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Completando o episódio, a escolha do sucessor desembocou num duro embate entre a presidente Dilma Rousseff e o PR, o "dono" do Ministério dos Transportes.

Isso tudo é sinal, dizem alguns cientistas políticos, de que algo se move na definição, ou redefinição, do governo Dilma. Apesar do delicado momento e dos obstáculos práticos que enfrenta, ela parece abrir espaços e criar condições para montar, com seis meses na Presidência, um governo com sua cara . Mais afastado do legado lulista e, enfim, estruturado à sua imagem, semelhança e temperamento.

"Ficou claro, no episódio, que ela aprendeu rápido com o caso Palocci", diz Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas. A presidente, diz ele, percebeu que se enfraqueceria diante da opinião pública se a crise nos Transportes, a exemplo da que envolveu Antonio Palocci na Casa Civil, se arrastasse por muito tempo. "Ela sabe que presidente mais fraco significa negociações mais caras com a base de apoio."

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