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segunda-feira, 18 de julho de 2011

A volta de Lula ao palanque

João Bosco Rabello, de O Estado de S. Paulo / BRASÍLIA

Começa com cara de filme velho a campanha pelas eleições municipais do ano que vem. O ex-presidente Lula a abriu oficialmente anteontem, no Congresso da UNE, em que enfiou goela abaixo do PT a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à Prefeitura paulistana. Como fez com Dilma para a Presidência da República.

Quase simultaneamente, Lula abriu um site com uma primeira gravação em que deixa claro que voltou ao palanque depois de um breve intervalo de seis meses – ele, que governou oito anos sem jamais abandoná-lo. Tudo precedido de três manifestações da presidente Dilma, a última resumindo o espírito da coisa: “Recebi uma herança bendita”.

O filme fica velho quando a ele se junta uma oposição sem rumo, dividida, como na eleição de 2010 – e, por último, amansada com o resgate de sua principal referência, Fernando Henrique Cardoso, pela presidente Dilma.

É nesse cenário que Lula explora um eficiente discurso em que críticas aos erros de hoje e de ontem são vendidas como preconceito da elite e da mídia. Fala às mulheres, aos estudantes e aos emergentes das classes C e D, beneficiados pela sua política assistencialista.

Tudo isso como passageiro de um avião do PR, protagonista do escândalo do Ministério dos Transportes, cuja intervenção mereceu seus elogios, como se os demitidos pelo esquema de corrupção não tivessem nada a ver com seu governo. “Quem erra tem que sair”, diz, com cara de paisagem.

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